Donald Trump iniciou a semana em modo guerra. E, dessa vez, o alvo é a Rússia.
Depois de atingir aliados históricos — como Brasil, Alemanha e México — com uma onda de tarifas comerciais, o presidente dos Estados Unidos voltou sua artilharia para Moscou.
A motivação, no entanto, vai além do comércio exterior.
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Nesta segunda-feira (14), Trump e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, anunciaram um plano para rearmar a Ucrânia com mísseis e outros armamentos em sua luta para se defender dos russos.
Além disso, os líderes alertaram sobre tarifas severas se Moscou não encerrar a guerra.
“O tempo da tolerância acabou. A Rússia precisa entender que o mundo livre não será chantageado. Se Putin não ceder, pagará caro por isso”, afirmou o republicano.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem feito apelos frequentes por mais apoio militar dos aliados ocidentais, especialmente dos Estados Unidos.
Segundo Trump, os Estados Unidos vão fornecer armamentos a Kiev, mas os custos ficarão a cargo dos países da Otan.
Rutte, por sua vez, disse que um grande volume de armas será enviado, incluindo mísseis, marcando a primeira parte de uma onda de equipamentos.
O presidente norte-americano afirmou ainda que esses equipamentos, contendo até um sistema de mísseis Patriot, chegariam “muito em breve”.
Sem acordo, com tarifas (e das grandes)
Durante o anúncio, Trump afirmou que caso o presidente russo, Vladimir Putin, não avance com um acordo de paz nos próximos 50 dias, o preço das tarifas impostas será de cerca de 100%, além dos valores já aplicados até o momento.
“Se eu fosse Vladimir Putin hoje, e você estivesse falando sobre o que está planejando fazer em 50 dias, eu iria repensar se não deveria levar as negociações sobre a Ucrânia mais a sério”, falou Rutte, ao lado de Trump.
A movimentação surpreende parte da comunidade internacional. Até recentemente, o presidente dos Estados Unidos estava relutante em punir a Rússia.
No entanto, o republicano teria saído frustrado de uma conversa recente com o líder russo, que parece estar preparado para continuar a guerra.
Esse fator seria o grande motivador da guinada no discurso de Trump.
Parlamentar russo diz que o problema é Zelensky, não a Rússia
Em entrevista à agência de notícias russa Tass, o líder do Partido Liberal Democrático da Rússia (LDPR), Leonid Slutsky, afirmou que se Trump quer mesmo um acordo de paz, deveria mirar suas pressões no regime de Kiev, não em Moscou.
Segundo Slutsky, que também é presidente do comitê internacional da Duma Estatal Russa, o lado russo já deixou claro, diversas vezes, sua disposição de encerrar o conflito.
“Todas as propostas de Moscou estão sobre a mesa. Estamos aguardando que o lado ucraniano concorde com a data da terceira rodada das negociações de Istambul-2”, disse.
Brasil entre os mais atingidos pelas tarifas
O novo ataque diplomático contra a Rússia acontece poucos dias depois de Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros.
Com isso, o Brasil passou a integrar o topo da lista dos países mais atingidos pela nova política comercial do republicano, ao lado de México, Alemanha, Índia e China.
A justificativa para o tarifaço contra o Brasil também foi política. Trump acusou o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Alexandre de Moraes, de perseguir Jair Bolsonaro e censurar plataformas americanas.
Agora, com a Rússia na mira, Trump amplia o escopo das sanções e usa tarifas como ferramenta de pressão geopolítica.
Comerciantes, diplomatas e investidores que se preparem. Afinal, o jogo de Trump não tem tabuleiro fixo, mas as peças estão se movendo rápido.
Confira a lista dos países taxados por Trump até o momento
Países | Taxação |
---|---|
Brasil | 50% |
Laos | 40% |
Myanmar | 40% |
Camboja | 36% |
Tailândia | 36% |
Canadá | 35% |
Bangladesh | 35% |
Sérvia | 35% |
Indonésia | 32% |
Bósnia e Herzegovina | 30% |
Argélia | 30% |
África do Sul | 30% |
Iraque | 30% |
Líbia | 30% |
México | 30% |
Sri Lanka | 30% |
União Europeia (válida nas 27 nações) | 30% |
Tunísia | 25% |
Moldávia | 25% |
Malásia | 25% |
Japão | 25% |
Coreia do Sul | 25% |
Cazaquistão | 25% |
Brunei | 25% |
Filipinas | 20% |
*Com informações da Agência Brasil e CNN
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